nuvemvazia3DbAutor: Venerável Hsu Yun / compilado por Jy Din Shakya
Tradução: Ricardo Sasaki
Edição Ebook:
Edição ebook pela Amazon
Edições Nalanda, 2015 | Valor: R$ 15,44

O primeiro livro em língua portuguesa sobre esse grande mestre chinês, num relato pessoal de um de seus discípulos.

“Ser vazio significa ser vazio de ego, não ter nenhum pensamento de eu, não no sentido de alguém funcionando como um vegetal ou um animal selvagem – coisas vivas que meramente processam água, alimento e luz solar de modo a crescer e reproduzir-se – mas no sentido de que esse alguém cessa de medir os eventos, pessoas, lugares e coisas do ambiente em termos de “eu” ou “meu”.

Estar na presença de Hsü Yun foi como estar na névoa da manhã de um dia ensolarado, ou em uma daquelas nuvens que pairam no topo de uma montanha. Uma pessoa pode esticar o braço e tentar agarrar a névoa, mas, não importando o quanto ela tente agarrá-la, sua mão sempre permanecerá vazia. Ainda assim, por mais seco que esteja seu espírito, a Nuvem Vazia o envolverá com a umidade doadora de vida; ou não importa o quanto seu espírito queime com raiva ou desapontamento, um frescor suave o afagará como o gentil orvalho.

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do Prefácio

De tempos em tempos surge em uma tradição espiritual um homem ou uma mulher de habilidades excepcionais, capaz de sintetizar em si a compreensão dos antigos mestres e inspirar toda uma geração. Hsü Yun nasceu em 26 de agosto de 1840, na província chinesa de Fujian, e foi uma dessas pessoas excepcionais.

Por quase setecentos anos a meditação (dhyŒna) buddhista já era praticada na Índia, quando foi, por volta do segundo século d.C., introduzida na China. Mas, somente após três séculos, o Buddhismo foi suficientemente integrado no ambiente chinês a ponto de criar algo diferente, próprio à nova cultura que o adotou. O modelo arquetípico dessa integração foi a personagem de Puti Damo (P’u-t’i Ta-mo), mais conhecido no Ocidente como Bodhidharma, um mestre indiano buddhista, considerado como primeiro Patriarca ou Ancestral do Buddhismo Ch’an. Independentemente da existência real ou não de Bodhidharma, sua figura e as lendas que surgiram a partir dele formam o ambiente mítico das origens da Escola da Meditação nos países do norte asiático. Ch’an é uma transliteração da palavra sânscrita DhyŒna (JhŒna em pŒli) assim como Zen é a transliteração japonesa de Ch’an. O Zen japonês acabou sendo a forma mais conhecida no Ocidente, principalmente na forma Rinzai (trazida ao Japão no século doze por Eisai, como uma forma da escola Linji [Lin-ch’i] chinesa) e na forma Sôtô (trazida ao Japão no século treze por Dôgen, como uma forma da escola Caodong [Ts’ao-tung] chinesa). O Ch’an chinês entretanto é bem mais variado e, numa época, deu surgimento a cinco escolas (ou casas) principais, a Linji e a Caodong, mencionadas acima, sendo duas delas. Com o tempo, o Ch’an foi ficando mais eclético e os métodos das várias escolas acabaram se integrando.

Quando tinha treze anos, o venerável Hsü Yun pensou em se tornar monge, mas seu pai o impediu. Sua mãe havia morrido no seu nascimento. Mas, aos dezenove, juntamente com um primo, ele fugiu para o mosteiro de Ku Shan, vindo a receber a ordenação sob o nome dhármico Ku Yen. Após um período de três anos vivendo numa caverna, Ku Yen, agora com trinta anos, peregrinou por vários lugares em busca de ensinamentos até que, aos quarenta e três anos, enquanto peregrinando pela Montanha dos Cinco Picos ele foi salvo por duas vezes das tempestades de neve por um mendicante de nome Wei Chi. Dizem as lendas que esse mendicante não era outro senão Mañ–jusri, o bodhisattva da sabedoria que veio em busca de Ku Yen. Sua peregrinação o levou a várias partes do mundo, incluindo o Tibet, Bhutão, Índia, Sri Lanka, Myanmar, Thailândia e Malásia. Seu papel no reerguimento do Buddhismo na China foi fundamental, e Hsü Yun (nome que significa “Nuvem Vazia”) acabou sendo o sucessor das cinco escolas Ch’an da China. Também respondendo pelo nome de Te Ch’ing, Hsü Yun ficou conhecido como o correto Olho do Dharma da geração atual.

É com grande alegria que apresentamos o primeiro livro em língua portuguesa sobre esse grande mestre chinês, num relato pessoal de um de seus discípulos, o mestre Jy Din Shakya. Neste livro você encontrará histórias e ensinamentos que revelam a essência do Ch’an, ao mesmo tempo em que corrigem muitas das incompreensões ocidentais a seu respeito. A importância das regras de disciplina, o lugar da fé no Caminho, as técnicas específicas do treinamento, são alguns dos tópicos que certamente trarão uma nova perspectiva ao leitor.

Ricardo Sasaki
Centro de Estudos Buddhistas Nalanda
Dezembro de 2001


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