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~ por Godwin Samararatne ~

Godwin: Gostaria de dar-lhes boas-vindas novamente. A palestra desta noite é sobre focar a atenção em nossa inspiração e em nossa expiração. Essa é uma das técnicas de meditação mais conhecidas e mais populares em todas as tradições buddhistas. E dizem também que o Buddha se iluminou com a ajuda dessa técnica. Portanto, vamos ver por que ela é tão importante.

Saiba o que está acontecendo

Nessa meditação, toda a ênfase é dada ao desenvolvimento da consciência e da expansão da vigilância. Como sabemos, a respiração acontece automaticamente. Assim, percebendo o que acontece de forma automática, tentamos desenvolver a vigilância, a consciência. E uma vez que toda a ênfase está na vigilância, é muito importante lembrar que o que quer que aconteça em nossa mente e em nosso corpo quando praticamos essa técnica, só precisamos registrar, só ficarmos atentos, só termos consciência do que está acontecendo.

Então, quando tiverem pensamentos, por favor, não os considerem como uma perturbação ou como uma distração, mas sim se tornem conscientes de que estão tendo pensamentos. Se estiverem escutando sons, apenas saibam que estão escutando sons. Se estiverem sentindo diferentes sensações no corpo, quaisquer que sejam as sensações que estiverem experimentando, apenas saibam que estão experimentando aquelas sensações. Então, sabendo que essas coisas estão acontecendo, vocês se tornam atentos sobre elas e depois apenas retornam à sua respiração.

Não é necessário travar uma batalha quando estamos a meditar usando esta técnica. Frequentemente digo que temos batalhas suficientes na vida, por favor, não tornem a meditação em mais uma batalha! O propósito último da meditação é experienciar liberdade, experienciar alegria, experienciar leveza, estar liberto do sofrimento, mas se tornarmos a meditação numa batalha, a própria meditação se tornará uma causa de sofrimento. Por isso, por favor, lembrem-se disto, compreendam isto, que toda a ênfase desta técnica consiste apenas em saber ou apenas em ter vigilância ou apenas em estar consciente do que está a acontecer, e depois passar cada vez mais tempo com a sua respiração, sem luta.

Experienciar o Momento Presente

Outro aspecto muito importante dessa técnica é que nos ajuda a experienciar o momento presente, mesmo que por uns poucos minutos. Porque a respiração sempre ocorre agora, está sempre acontecendo agora; se nós estivermos vigilantes ou conscientes da respiração mesmo que por uns poucos minutos poderemos experienciar o que é estar aqui, o que é estar presente. De outro modo, nós estamos perdidos a maior parte do tempo, ora no passado ora no futuro, e sem nem mesmo sabermos onde estamos no passado ou no futuro. Assim, poderá existir muita confusão em nossas mentes, muita desordem, mas esta técnica ajuda-nos a experienciar estar no presente, mesmo que seja apenas por alguns momentos.

Ver nossa respiração como nossa amiga

Outro importante ponto a se lembrar é que nós precisamos fazer uma conexão com nossa respiração, e a maneira como podemos fazer essa conexão com nossa respiração é vê-la como nossa amiga. Então, vamos ver de que maneira a respiração é nossa amiga. Uma coisa é que ela é a única amiga que está conosco durante todo tempo. Eu não penso que tenhamos outro amigo que esteja conosco durante todo o tempo. A respiração é a única amiga que está conosco durante todo o tempo, sempre. Outra razão é que mesmo quando estamos dormindo nossa amiga está ativa. Você tem algum amigo que ficaria com você enquanto você está dormindo? Mas a respiração, caso esteja ou não dormindo, estará sempre com você.

Nossa amiga nos ajuda a recuperar

Outra razão porque ela é nossa melhor amiga é, como eu disse anteriormente, que ela está sempre nos ajudando a experimentar o momento presente. E o momento em que vocês experimentam o momento presente, tais momentos são de liberdade. Relacionado a isso é que, com nossa amiga a respiração, sempre que estiverem tendo uma emoção, se naquele momento pensarem em sua amiga, há uma imediata recuperação daquela emoção e então poderão experimentar algum espaço porque têm que voltar ao momento presente. Por favor, tentem isto.

Um amigo me disse ontem que fica impaciente quando está esperando nos semáforos.  Acho que todos nos identificamos com essa situação, especialmente quando estamos atrasados para um compromisso e vemos apenas a luz vermelha. Então, pobre luz vermelha! Você pode ficar com raiva da luz vermelha, pode ficar impaciente a respeito da luz vermelha, e isso pode gerar muito sofrimento para você. Por isso eu disse ao meu amigo: da próxima vez que se encontrar em tal situação, apenas relaxe, passe algum tempo com sua respiração. Antes você podia odiar a luz vermelha, mas agora pode se sentir grato à luz vermelha porque, graças a ela, você pode estar com a amiga, a respiração!

Gostaria de repetir que, sempre que tiverem uma emoção desagradável – estresse, raiva, medo, ansiedade, culpa ou qualquer outra emoção desagradável que gera o nosso sofrimento – logo que pensarem na sua amiga (a respiração) e começarem a inspirar e a expirar, o que acontece com essa emoção? Há uma razão muito simples para encontrar alívio em tal situação. A razão é que, quando surge uma determinada emoção, o que a torna maior, o que a torna pior, são os nossos pensamentos. Desta forma, quando se encontrarem em tal situação, se puderem passar alguns minutos com a sua amiga, não haverá lugar para que surjam pensamentos e haverá uma recuperação imediata.

A nossa amiga pode nos ajudar quando estivermos a morrer

Outro momento, um momento muito importante, quando a nossa amiga pode nos ajudar, é no momento de nossa morte. De fato, em um dos textos diz-se que se você aprender a praticar esta técnica, e se aprender a fazer a conexão com a sua respiração no momento em que está a morrer, se estiver consciente, imediatamente a sua atenção pode vir para a respiração. Estou muito interessado no trabalho que as pessoas fazem com as pessoas que estão a morrer, ajudando-as a morrer pacificamente. É interessante que uma das técnicas que elas usam é o focar na respiração. Então, isso não é realmente valioso? A nossa amiga ajuda-nos a viver pacificamente e ajuda-nos a morrer pacificamente.

Esqueçamo-nos das nossas identificações

Outro belo aspecto de nossa amiga é que quando estamos com ela, mesmo que por alguns instantes, todas as nossas identificações de que somos chineses, cingaleses, alemães, ingleses, são esquecidas. Neste mundo existem essas diferentes divisões raciais e religiosas. Alguns dos problemas do mundo moderno surgem porque as pessoas enfatizam tais divisões. Mas quando se está com a respiração todas essas identificações desaparecem e há apenas o inspirar e o expirar. Então a respiração é apenas a respiração; não importa se for um buddhista, cristão ou hindu – há apenas a respiração.

Experienciando a Calma & a Sabedoria

Outro aspecto é que, quando estamos com a respiração, podemos experienciar alguma calma, espaço, quietude em nossa mente. Em termos buddhistas esse aspecto é descrito como samatha, que é calma, tranquilidade, quietude. Então é interessante que esta técnica tenha o aspecto de experienciar samatha (calma), e também nos ajudar a experienciar algum insight e alguma sabedoria. Como eu disse, isso nos ajuda a ver os pensamentos apenas como pensamentos, apenas espelhando nossos pensamentos; apenas experienciando as sensações, apenas experienciando os sons, de modo a termos este importante insight: aprender a ver as coisas simplesmente como são.

Como essa técnica nos ajuda

Uma pergunta interessante é: esta técnica nos ajuda na vida diária ou ela apenas nos ajuda quando sentamos numa almofada? Então eu sugeriria que, quando sentamos, nós adquirimos esse insight, nós desenvolvemos essas habilidades, nós desenvolvemos a conscientização, nós desenvolvemos uma mente equânime e não reativa, e então o mais importante é possuir tal mente na vida diária.

O que tentei fazer nessa aula foi apresentar alguns pontos, alguns aspectos sobre a importância da técnica de estar consciente da respiração. Talvez existam mais pontos, mas acredito que não temos mais tempo. Gostaria agora de abrir espaço para perguntas a respeito do que foi falado e sobre essa prática.

Perguntas & Respostas

Participante: Gostaria de saber qual é a diferença entre a meditação que estamos aprendendo agora e a meditação que é ensinada em outras religiões.

Godwin: Essa é uma questão bem teórica, e sempre prefiro perguntas simples e práticas; mas responderei a essa questão teórica. Quando você diz outras religiões, isso pode incluir tantas religiões! Assim, na religião sempre há alguma ênfase na meditação, sempre há uma ênfase em tornar a mente calma e torná-la quieta. De fato, no Cristianismo há um belo ditado que diz: Esteja quieto e saiba que eu sou Deus. Dessa forma, nas diferentes religiões são usadas várias técnicas, mas o princípio é o mesmo: usando tais técnicas para experimentar alguma calma, quietude e senso de espaço.

Outra similaridade é que em qualquer tradição onde haja meditação deve haver um elemento de estar consciente, um elemento de saber e entender o que está acontecendo na mente. Assim sugiro que esses dois aspectos existem em qualquer tradição espiritual onde haja meditação.

Alguma coisa mais? Gostaria de ouvir algumas questões práticas relacionadas à técnica.

Participante: Como posso saber o que fazer com a respiração e como sentir os efeitos da respiração?

Godwin: Você não tem que sentir o efeito da respiração. Na verdade, quando dou uma meditação guiada, eu tento sugerir o que tem que ser feito. E o que tem que ser feito é algo muito simples. Apenas sinta o que acontece quando o corpo está respirando. Então, usar as sensações e os movimentos no corpo para ser consciente, para estar atento. Gostaria de repetir que vocês não precisam fazer nada especial. Basta ser consciente de sua inspiração e de sua expiração.

Participante: Quando estamos meditando podemos nos sentir cansados e sonolentos. O que devemos fazer nessa situação?

Godwin: Muito bem, questão prática. Então, uma sugestão é: simplesmente abrir os seus olhos. Outra é: endireitar a sua coluna, que é algo enfatizado nos textos buddhistas. Portanto, se puderem ter a coluna ereta, então, normalmente não se sentirão sonolentos ou adormecidos. Outra sugestão é: sintam-se à vontade para ficarem em pé. Podem tentar alguma dessas coisas e ver se elas funcionam. Alguma coisa mais?

Participante: A primeira questão é: em chinês, dizemos que temos apenas uma única mente e que não podemos usar uma mente para duas coisas ao mesmo tempo. E durante a vida diária nós temos de dar atenção ao trabalho estando na maior parte do tempo muito ocupados; assim, como podemos lidar com o nosso trabalho e fazermos amizade com a nossa respiração ao mesmo tempo?

E a segunda questão é: o senhor falou mais cedo que a respiração é a nossa melhor amiga e está conosco por todo tempo, mesmo quando estamos dormindo, quando temos sonhos ou estamos em sono profundo como podemos tomar conta de nossa respiração?

Godwin: Eu vou começar com a última pergunta. O que é interessante sobre nossa amiga é que há momentos em que podemos ignorá-la. Porque quando estamos sonhando e quando dormindo, para pensar em nossa respiração devemos ter atenção plena e conscientização. Se você for um meditante avançado você poderá ter algum elemento de conscientização enquanto está dormindo e sonhando, caso contrário, onde está a pessoa que tem atenção plena quando está dormindo e sonhando? Então minha resposta é esta: é uma situação onde você pode deixar nossa amiga sozinha e ela não irá se importar de maneira alguma.

A primeira questão era que na vida diária nós temos que fazer muitas coisas diferentes. Agora, quando temos que fazer diferentes coisas, como nós podemos fazê-las e ainda sermos cuidadosos com nossa amiga? Como eu disse, para pensar em nossa amiga você tem que parar com o seu trabalho. Isso é porque eu disse quando as luzes do semáforo estão vermelhas, quando você está apenas fazendo nada, apenas seja consciente de sua amiga, ao invés de ser impaciente com o sinal vermelho. Quando temos uma emoção particular e quando estamos incomodados por essa emoção, naquele momento não estamos tentando fazer coisas diferentes e, assim, então, somente volte para a respiração.

Agora eu gostaria de responder à pergunta: o que nós devemos tentar fazer como meditantes quando temos que fazer muitas coisas. Então, aqui o que acontece é que quando temos que fazer muitas coisas nós podemos ter a ideia: ‘eu tenho que fazer diversas coisas, mas é possível que eu cometa um erro’. Algumas vezes isso é o que cria a tensão. Como eu disse ontem, em culturas nas quais a ênfase é fazer as coisas perfeitamente, corretamente, você sempre quer fazer tudo perfeitamente. Então eu penso que em tais situações, se você puder apenas deixar passar esta ideia de perfeição, isto pode ser útil. Essa é uma sugestão.

Outro ponto interessante é que, embora tenhamos que fazer coisas diferentes, podemos, como bem disse, fazer apenas uma coisa de cada vez. Se aprendermos a estar conscientes do que quer que estejamos a fazer em qualquer situação específica, poderemos desenvolver aquilo que é designado como conscientização momento a momento em relação ao que tem de ser feito.

Talvez uma última sugestão que pode ser muito útil é que quando estão a trabalhar, quando têm de fazer muitas coisas diferentes, como disse antes, o importante é tornarem-se conscientes de seu estado mental. Estão ansiosos, estão estressados, estão inseguros ou estão relaxados? Então, é muito importante, para aqueles que estão realmente interessados na prática diária, constantemente verificar seu estado mental. Quer estejam a trabalhar ou não, tentem desenvolver esta prática de constantemente olhar, conscientização do que está a acontecer nas suas mentes.

Quando precisarem fazer coisas diferentes, após tomarem conhecimento dessas coisas diferentes, apenas observem o seu estado mental. Isto é reagir ou é responder? Essas são duas palavras muito interessantes: reagir, responder. Responder é fazer aquilo que é necessário sem reagir. Reagir é ficar ansioso, ficar com medo, estressado, tenso e assim por diante. Bom, como vocês ainda são humanos e como ainda estão praticando, então, é humano que reajam em determinadas situações.

Aí, se não forem capazes de estar conscientes no momento em que estiverem reagindo, pelo menos, mais tarde, quando houver espaço, quando houver clareza, quando estiverem se recuperando daquela emoção, vocês poderão olhar para trás e descobrir: por que eu reagi? Por que eu não consegui responder naquela situação? Então, como eu disse ontem, nós podemos aprender com nossos erros, podemos aprender mesmo a partir das nossas reações.

Esse tipo de questionamento deve ser feito sem nenhuma autodepreciação. Vocês realmente têm que fazê-lo amigavelmente, de maneira suave, na forma de uma brincadeira. E então podem testar: vocês dizem: ‘amanhã vou ao trabalho’, e veja o que acontece. Será que vou reagir ou vou responder? E havendo reação, quanto tempo durará? E a mente aberta é mantida aberta para vermos o que irá acontecer. Esses são os belos e interessantíssimos aspectos da meditação, quando a vemos como um teste de verificação, uma forma de autoteste. Assim, quando iniciarem um teste vocês não manterão posição alguma. Sem posição, estarão apenas aprendendo, descobrindo, explorando. Podemos testar, explorar e aprender diante de todas as situações.

Há tempo para mais uma pergunta.

Participante: Quando estou consciente de que estou atento aos pensamentos, deixo de conseguir me concentrar na meditação, o que posso fazer?

Godwin: Então a questão é, se entendi corretamente: se estiver observando os pensamentos isso não é meditação. Se isso não é a sua questão, qual é exatamente o ponto que não entendeu?

Intérprete: A pergunta dele é: quando medita e está consciente dos pensamentos que passam, está tudo bem, consegue concentrar-se; mas quando está consciente de que está consciente dos pensamentos que passam isso afeta a sua concentração.

Godwin: Então, esse é outro ponto em que temos de pensar, esta palavra concentração. Aqueles que têm me ouvido atentamente notaram que nunca usei a palavra concentração, mas em vez dela uso as palavras conscientização, vigilância e ‘apenas saber’. Evito propositadamente a palavra concentração porque é isso que está criando o problema, é isso que está criando o sofrimento. Assim, o que eu sugiro é: se a mente está concentrada, apenas saiba que a mente está concentrada, e se a mente não está concentrada, apenas saiba que a mente não está concentrada. Então, qual é o problema?

É muito importante, quando nos sentamos para meditar, que não tenhamos uma expectativa, uma ideia, um modelo do que deveria acontecer ou do que não deveria acontecer. Na tradição Zen há uma palavra bonita para isso, ter uma mente de principiante ou uma mente que não sabe. Expectativa é o que cria sofrimento em nossa vida. Quando temos expectativas e quando as coisas não correspondem às nossas expectativas, sofremos na vida, e é assim que o sofrimento é criado também na meditação. É muito interessante. Por isso, quando meditamos sem ter qualquer expectativa, tentamos apenas saber o que está acontecendo momento a momento.

E é muito importante não classificarmos com notas positivas e notas negativas quando estamos meditando. Então alguém está na expectativa de se concentrar e em seguida quando você pensa que está concentrado você se dá uma grande nota e se apega à concentração – é assim que a tensão é criada! E quando a mente não está concentrada nos damos um grande menos! Consequentemente, também na meditação nós estamos nos avaliando, dando notas positivas, notas negativas, notas positivas, notas negativas. Isso é o que normalmente fazemos na vida diária; então, pelo menos na meditação, por favor, aprendam a simplesmente estar abertos a qualquer coisa que esteja acontecendo.

Eu gostaria agora de sugerir que vocês façam uma pequena pausa e durante esta pausa, por favor, façam um esforço para estarem vigilantes; e quando caminharem por aí, por favor, façam um esforço para se moverem lentamente e com consciência, para que comecem a preparar a mente para a meditação.

Por favor, aprendam a andar lentamente.

Meditação guiada

Godwin: Sentem-se numa postura relaxada. É muito importante sentar com o corpo relaxado. Por favor, entendam que não faremos nada especial, então podem simplesmente relaxar.

Assim, vamos gastar algum tempo com o corpo. Apenas sintam o corpo. As diferentes sensações, os diferentes movimentos em seu corpo.

Se há pensamentos, apenas deixem-nos ir e voltem para o corpo. Sentir o corpo é uma coisa, pensar sobre ele é outra, por favor, vejam a diferença. Aqui, estamos aprendendo a sentir o corpo.

Vamos aprender a nos sentir amigáveis e gentis em relação a nosso corpo.

Vamos agora sentir o que é sentar-se com o corpo completamente imóvel.

Agora, por favor, permitam que o corpo respire naturalmente.

Não há necessidade de controlar a respiração ou manipular a respiração. Não tentem manipular a respiração natural.

Vamos passar alguns minutos apenas aprendendo a permitir ao corpo fazer o que gosta.

Agora é só sentir o que acontece no corpo quando o corpo está respirando, as sensações diferentes, os diferentes movimentos do corpo, quando o corpo está respirando.

Sentem alguma sensação na zona das narinas? Sentem alguma sensação na zona do peito? Sentem o abdômen a subir e a descer?

Experienciem o momento presente com a ajuda das sensações e dos movimentos do seu corpo porque é no agora que estão a acontecer.

Quando o corpo inspira, vocês sabem que o corpo está a inspirar. Quando o corpo expira, vocês sabem que o corpo está a expirar.

Não pensem no passado, não pensem no futuro. Experienciem a alegria do momento presente com a ajuda da inspiração e da expiração.

Por favor, não tentem parar os pensamentos ou sequer controlá-los.

Se os pensamentos estão lá, apenas tomem consciência de que vocês os estão a ter e voltem a atenção à sua amiga: a respiração.

Permitam-se relaxar com a respiração.

Sintamos amizade e delicadeza para com a mente e o corpo.

Não deem notas positivas a nada do que ocorre, não deem notas negativas a nada do que ocorre.

Somente saibamos o que vai ocorrendo.

Agora abram seus olhos lentamente e ao mudar a postura façam isso devagar, conscientemente. E, por favor, não pensem que a meditação acabou. Simplesmente continuem conhecendo o que está acontecendo no corpo e na mente, momento a momento.

Agora vamos cantar alguns cânticos. Quando estiverem cantando, por favor, mantenham seus corpos quietos e não façam nenhum outro barulho porque cantar em si mesmo é uma meditação. Assim como usamos a respiração para experienciar o momento presente, usem a recitação para experienciar o momento presente e para criar espaço em suas mentes. Gostaria de sugerir para não olharem no papel porque estas são palavras simples e vocês serão capazes de captar as palavras.

[Recitação]

~ Palestra dada em Hong Kong – Dia 4 ~ 9 de outubro de 1997

Traduzido pelo Grupo de Tradução do Centro Nalanda
em acordo com The Association of Spiritual Friends of Godwin
Para Distribuição Gratuita
© Ms. Jeanne Mynett
© 2011 Edições Nalanda


Nota: “O Caminho Gentil da Meditação” é a transcrição de palestras realizadas por um mestre laico de meditação muito famoso no Sri Lanka, Mr. Godwin Samararatne.


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