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por Ven. Buddhadasa Bhikkhu

O Kalama Sutta é um dos mais importantes ensinamentos do Buddha e se pode dizer que em alguns casos caracteriza a diferença de nossa linhagem em relação a algumas formas buddhistas que surgiram mais posteriormente. Apesar de atualmente ser muito mencionado por modernos mahayanistas, o Kalama Sutta não parece ter tido qualquer importância histórica ou mesmo presença nos países de influência mahayana. Mesmo no Theravada, muito já se falou sobre o Kalama Sutta, mas infelizmente muitos ainda não sabem como interpretá-lo.”Socorro! Kalama Sutta, Socorro!” (em pdf), do grande mestre Ajahn Buddhadasa, expressa nitidamente a atitude comprometida com a liberdade e com a sabedoria proposta pelo Buddha e transmitida pelo Buddhismo Antigo. Investigação, atenção informada e inteligência como pilares da prática do Dhamma.


Venerável Buddhadasa Bhikkhu (1906 – 1993)

Ajahn Buddhadasa Bhikkhu (cujo nome significa ‘Servo do Buddha’) tornou-se um bhikkhu (monge buddhista) em 1926, com a idade de 20 anos. Após alguns anos de estudo em Bangkok, sentiu-se inspirado a viver perto da natureza, de maneira a investigar o Buddha-Dhamma. Estabeleceu, então, Suan Mokkhabalarama (O Jardim do Poder da Libertação) em 1932, perto de sua cidade natal. Na época, ele era o único Centro de Dhamma na Floresta e um dos poucos lugares dedicados a vipassana (o cultivo mental que leva ao “ver claramente” a realidade) no sul da Thailândia. O reconhecimento de Buddhadasa Bhikkhu, sua obra e Suan Mokkh, espalhou-se no correr dos anos, de forma que agora eles são facilmente descritos como “um dos eventos mais influentes da história buddhista da Thailândia”.

Tan Ajahn morreu em 1993, mas sua obra permanece como uma luz a indicar o caminho para todos os sérios buscadores da verdade. A Comunidade Nalanda de Buddhismo Theravada é um dos centros reconhecidos no mundo – o único da América do Sul – , a continuar nessa exploração segundo suas diretrizes e dar continuidade ao seu pensamento.

Edições Nalanda publicou, em 1999, “A Causa do Sofrimento – na perspectiva buddhista” e em 2004 “48 Respostas sobre o Buddhismo”, ambos de sua autoria.