A suposta atitude extremamente discriminatória

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A suposta atitude extremamente discriminatória

Em seguida, o Sr. Michael Beisert me acusa de ter “uma atitude extremamente discriminatória em relação aos demais grupos do Budismo Theravada no Brasil” e o motivo que ele encontra para tal “atitude discriminatória é o interesse econômico”.

Para provar esse ponto, o Sr. Michael Beisert usa de três argumentos: (1) eles não aparecem citados na página “Com quem Andamos” do Nalanda; (2) o Sr. Michael Beisert é censurado nas 2 listas de budismo de que sou ‘owner’ e moderador no site do Yahoo; (3) quando uma pergunta surgiu em uma dessas listas com um pedido de um livro sobre o Canon budista, eu não respondi indicando o site dele, mas, ao contrário, respondi indicando um livro.

O Sr. Michael Beisert não dá qualquer indicação em sua carta explicando como não citar outros centros em nossa página de amigos pessoais, censurar a participação do Sr. Michael Beisert em duas listas de email ou responder uma pergunta sem citar o seu site, está relacionado ao “interesse econômico”. Ele apenas menciona que “A única razão que consigo encontrar para esse tipo de atitude é o interesse econômico”. Essa é outra das afirmações a esmo que o Sr. Michael semeia a fim de influenciar os leitores de seu site.

Um Adendo do Sr. Michael Beisert

Numa mostra de que a obssessão pela minha pessoa é sem fim, no dia 11 de setembro de 2012, o Sr. Michael Beisert acrescentou um adendo em sua página contra nós, novamente destinada a enganar seus leitores. Ele acrescenta: “Também deve ser destacado que o Nalanda tem como prática cobrar pelos ensinamentos do Dhamma. Apesar de não existir nos Nikayas nenhuma menção específica quanto a esse tipo de procedimento, isso talvez se deve ao fato que na poca do Buda os ensinamentos eram dados predominantemente por bhikkhus. Bhante Piyadhammo no seu livro Power Dana relata que Joseph Goldstein, Sharon Salzberg e Jack Kornfield consultaram Ajaan Chah sobre a possibilidade de que eles ensinasem o Dhamma nos EUA. Ajaan Chah disse que não haveria problema, mas que eles não deveriam cobrar pelo ensinamento. Como possível cobrar por algo que não tem preço? Só capaz de cobrar quem não tem sensibilidade suficiente para apreciar o verdadeiro valor dos ensinamentos“. (os erros ortográficos são do original)

Essa verdadeira fixação, de anos, que o Sr. Michael Beisert tem por mim e pelo Centro Nalanda o leva a “destacar” (para seus leitores) que “o Nalanda tem como prática cobrar pelos ensinamentos”, no entanto, o Sr. Michael Beisert nada menciona sobre todos os outros centros brasileiros e estrangeiros que fazem exatamente o mesmo, incluindo todos os professores e grupos que ele mesmo aprova em seu site!

Dos quatro professores leigos que dão retiros e que aparecem no site do Sr. Michael Beisert todos têm o mesmo procedimento que nós de cobrar por algumas das atividades. Vejamos: Leigh Brasington (seu próximo retiro de 10 dias a ser dado em setembro de 2012 no Japão tem estipulado o custo de 80.000 yens, mais de mil dólares); Christina Feldman (seus retiros são estipulados com um valor de um mínimo de 75 dólares e sugestão de 111 dólares por dia de retiro); Sarah Doering (o centro em que ela foi professora cobra 45 dólares por dia de workshop, sem refeições nem estadia); Joseph Goldstein (seu retiro de 9 dias já anunciado para julho de 2013 informa que será cobrado 900 dólares como mínimo, e 1.665 dólares como valor sugerido, isso sem incluir as doações para o professor e para a equipe do retiro). Além disso, o Sr. Michael Beisert cita como exemplos Sharon Salzberg (seu retiro deste mês, setembro 2012, está sendo cobrado 320 dólares por dois dias) e Jack Kornfield (seu retiro de 10 dias para 18 de outubro de 2012 terá como valor 880 dólares como mínimo, e 1.730 dólares como valor sugerido, isso sem incluir as doações para o professor e para a equipe do retiro). Isso para não falar em inúmeros centros que realizam retiros com monges e também cobram.

No entanto, o Sr. Michael Beisert não expressa uma palavra sequer a respeito desses e de outros inúmeros professores e centros, e, pelo contrário, recomenda-os em seu site! Porém faz questão de usar seu site com escrituras sagradas do Buddhismo para praticar bullying contra nós.

Mais curioso ainda é que o Sr. Michael Beisert “tentou” realizar um retiro num grupo budista no final de 2011. No final, ele desistiu de ser professor de tal retiro, mas enquanto estava de pé, o retiro foi anunciado como custando 900,00 reais. O mesmo local, que supostamente o Sr. Beisert aprova, cobrou em seu retiro de 4 dias em junho de 2012: 300,00 reais. E um dos retiros realizados por Bhante Piyadhammo, citado pelo Sr. Michael Beisert, cobrou 390,00 reais por um retiro de quatro dias e 760,00 por um de nove, em fevereiro de 2012. Devemos, então, incluir todos os professores recomendados pelo Sr. Michael Beisert, inclusive o próprio Sr. Beisert, na sua categoria de: “Só [é] capaz de cobrar quem não tem sensibilidade suficiente para apreciar o verdadeiro valor dos ensinamentos”? Qual o nome usado para acusar o outro de algo que você mesmo faz?

Comparado com os valores cobrados por todos esses que o Sr. Michael Beisert não menciona sequer uma palavra contra, os retiros e atividades do Nalanda são comparativamente menores. Não apenas nossos valores são geralmente menores do que boa parte do que é cobrado por outros locais, mas oferecemos inúmeras oportunidades alternativas para aqueles que não têm condições, incluindo permutas por trabalho, bolsas e parcelamentos em até dez vezes sem juros (algo único no Brasil). E fazemos isso desde nossa fundação. O Sr. Michael Beisert, a fim de querer influenciar seus leitores  e criar mal-estares especificamente contra mim e o Nalanda, omite tudo isso, numa fixação que o cega para o cumprimento mínimo do quarto preceito buddhista, a prática de não usar de palavras enganosas, falsas e maliciosas.

A questão aqui não é cobrar por atividades relacionadas ao dharma, mas impedir pessoas realmente interessadas de participar, caso não tenham condições financeiras para tanto. É por isso que inúmeros centros de todo mundo, da mesma forma que o nosso, tem algumas atividades em que são estipuladas um valor (pois obviamente existem diversas despesas envolvidas), enquanto mantendo abertos os canais de comunicação para os casos individuais daqueles que não têm condições de contribuir. Paralelo a isso, tais centros, incluíndo o nosso, oferece uma quantidade de atividades e materiais gratuitos. Enquanto o Sr. Michael tem apenas a despesa de pagar um provedor para o seu site funcionar e usá-lo para expressar suas opiniões pessoais a respeito de outras pessoas, outros centros e grupos sustentam espaços físicos, publicações e eventos, gratuitos e com contribuição, provendo oportunidades reais de contato e interação com os ensinamentos e com uma comunidade de pessoas, ao invés de apenas textos publicados na internet.

A suposta atitude hostil do Nalanda

Adiante, o Sr. Michael Beisert afirma o seguinte: “Acontece que o Nalanda adota uma atitude extremamente discriminatória em relação aos demais grupos do Budismo Theravada no Brasil. E isso inclui o Acesso ao Insight. Basta ver a página “com quem andamos do grupo Nalanda” para constatar que não há menção a nenhum outro grupo no Brasil”.

O Sr. Michael Beisert, assim, apresenta como prova de “atitude extremamente discriminatória” o fato de que:

  1. *eu* não seja um divulgador do site *dele*
  2. Que o site do Nalanda não divulgue eventos de outros grupos que se digam Theravada, justa ou injustamente.

Que fique claro aqui, para o leitor não acostumado com o Budismo, que em outras tradições, “cartas abertas” e críticas públicas de “discriminação extrema” não são enviadas, por exemplo, a centros tibetanos Nyingma por não terem em seu próprio site links para centros tibetanos Gelug; ou expressões indignadas dirigidas a centros Soto Zen que não tenham links e não divulguem eventos do Rinzai Zen. Tampouco em outros países, cada centro Theravada *é obrigado* a divulgar links e eventos de outros grupos sob pena de serem acusados de “atitude extremamente discriminatória”. Mas o Sr. Michael utiliza desse argumento, o qual não tem sentido em nenhum outro país, para engordar suas críticas pessoais em seu site que, segundo ele: “não expressa opiniões pessoais”.

Basta entrar em qualquer site internacional de algum grupo ou centro Theravada para constatar isso. Os próprios sites da específica tradição de Ajahn Man e Chah, que o Sr. Michael Beisert diz admirar, não contém links para nenhum grupo fora de seus sites associados. O Sr. Michael Beisert, porém, não os acusa de “atitude extremamente discriminatória”.

O Nalanda nunca escreveu “cartas abertas” ou criticou, pública ou privadamente, a nenhum grupo Theravada ou outro qualquer, por não colocarem links para o Nalanda ou publicarem nossos eventos. O Nalanda não é uma associação de grupos ou mesmo um site de links buddhistas. É um centro individual e autônomo, ligado aos seus professores, bons amigos e contatos no exterior. Nunca pedimos para nossos sites aparecerem citados em outros centros nem que nossos eventos tivessem que ser divulgados por eles. Muito menos ameaçamos se não fizessem isto! No entanto, já chegaram a nos escrever dizendo que tínhamos o “dever” de divulgar os eventos de um certo grupo, e a menos que divulgássemos seus eventos e links, seríamos tachados de inimigos do “bem comum da unidade do Theravada no Brasil”.

Não temos a obrigação de acompanhar o que acontece sobre o Theravada no Brasil, sair à procura de eventos e monitorar a formação de todo e qualquer grupo que se diga Theravada para que possamos incluir em nosso site, sob pena de sermos acusados de “atitude extremamente discriminatória”.

O Sr. Michael Beisert inclui o seu próprio site nesta definição de grupo budista discriminado, apesar de que é afirmado por ele mesmo que seu site “não se trata de uma organização, nem é afiliado a nenhuma instituição”.

O “Com quem andamos do grupo Nalanda” que aparece em nosso site é uma lista de amigos pessoais e associações que temos. Não é, nem nunca pretendeu ser uma lista de grupos Theravada no Brasil ou em qualquer lugar do mundo. O fato de não haver uma lista com os milhares de centros Theravada em todo o mundo não significa que somos também discriminatórios em relação a eles.

O mais curioso de tudo é que o Sr. Michael Beisert, enquanto acusa o Nalanda de atitude discriminatória, ele próprio, e sem o menor constrangimento ou pudor, coloca em seu site um link para o Nalanda, juntamente com outros centros budistas. Mas no caso específico do Nalanda, o link colocado não dirige para o site do Nalanda, mas para a crítica do próprio Sr. Michael Beisert!

A censura na lista budista

O Sr. Michael Beisert afirma em seguida: “Essa atitude chega ao ponto de censurar a minha participação nas listas de discussão e nos grupos nos quais Ricardo Sasaki é o moderador”.

O Sr. Michael Beisert não foi censurado por representar algum tipo de grupo Theravada. Aliás, em seu site está escrito “O Acesso ao Insight não se trata de uma organização, nem é afiliado a nenhuma instituição”. Utilizar a censura pessoal à sua participação como exemplo de atitude discriminatória a grupos budistas é sem sentido.

O Sr. Michael Beisert foi impedido de participar das listas de Budismo moderadas por mim, não porque representa algum tipo diferente de Theravada que o nosso, mas devido à violação repetida das regras das listas, que constam de suas descrições desde seu início em 1998:

  • 4. Há alguma regra para participar da lista? Esperamos que todos os participantes possam colaborar assegurando um comportamento condizente com o tema da lista baseado na noção de linguagem correta, um dos componentes do Nobre Óctuplo Caminho ensinado pelo Buddha. Linguagem correta consiste em evitar o uso de palavras rudes, maliciosas, mentirosas ou inúteis. Ou em termos positivos, utilizar palavras que têm um real propósito de ajudar e esclarecer, verdadeiras, úteis e com intenção correta.
  • O debate útil, a troca saudável de opiniões e as discussões ponderadas são sempre bem-vindas; mas se um membro percebe-se incapaz de trocar palavras sem cair em agressividade ou falta de paciência ou respeito, eu sugiro o exercício da outra face da Palavra Correta: o SILÊNCIO CORRETO. Saber ouvir, saber esperar e acalmar-se é uma prática muito importante.

Se um membro não é capaz de realizar o exercício proposto acima quando necessário e incitado diversas vezes a fazê-lo, então o moderador atua segundo as regras da lista, independentemente de quem seja.

Continua aqui: Sobre a saída do Sr. Michael Beisert do CBB

Índice Geral:

Sobre a estranha e curiosa carta do Sr. Michael Beisert

~ o lamentável uso das escrituras budistas para ataques pessoais 

Os objetos de crítica

~ onde são mostradas as críticas alegadas ao modo de organização das instituições buddhistas e a utlização de seu site para o ataque pessoal ad hominem a outros a fim de criar divisão e mal estar na comunidade

A unilateralidade das críticas

Quais as críticas do Sr. Michael Beisert a mim

Sobre a certificação recebida

~onde são mostradas as omissões de informação a fim de levar o leitor a pensar segundo o autor

A carta respondida a ele

A natureza do título

Esclarecimento sobre a palavra “dhammacariya”

O que foi omitido

Sobre o título recebido

~ onde é evidenciado o preconceito do autor a toda a tradição monástica birmanesa

Esclarecimento sobre o título

Ajahn Buddhadasa e a tradição das Florestas da Tailândia

~ onde é mostrado o desconhecimento do autor a respeito da tradição das floresta, de vipassana e de um de seus grandes mestres

O uso de vinculações como forma de enganar ingênuos

A suposta atitude extremamente discriminatória

~ onde é mostrada a vontade do autor de ser incluído em nosso site e sermos seu divulgador

A suposta atitude hostil do Nalanda

Sobre a saída do Sr. Michael Beisert do CBB

~ onde é mostrada as reais razões do autor ter saído e as trocas que quis fazer para ser reaceito

A gota d’água para a publicação de sua carta

~ onde é mostrado como o seu mal entendimento de uma resposta precipitou seu ataque público

A suposta crítica como inferiores das traduções que não são feitas diretamente do Pali

O último motivo alegado