ensinamentos_cristo_buddha200x300Autor: Venerável Ajahn Buddhadasa
Tradução: Ricardo Sasaki
Edição Ebook:
Edição ebook pela Amazon
Edições Nalanda, 2014 | Valor: R$ 16,54

Um novo modo de olhar para os ensinamentos de Cristo

Um monge buddhista é convidado para falar para cristãos.

Ao invés de falar amenidades e comparar pontos óbvios de semelhanças, como a presença de uma doutrina de sabedoria ou da prática do amor e da compaixão, ele resolve aplicar ao diálogo ‘Cristianismo e Buddhismo’ uma ferramenta interpretativa que ele já empregava, de modo igualmente revolucionário, às suas interpretações das doutrinas buddhistas.

  • Sua noção de *duas linguagens* é um método de interpretação que diz que todo texto religioso tem pelo menos dois níveis de entendimento.
  • A linguagem popular é aquela usada pelas pessoas todos os dias. É a linguagem que todas as pessoas conseguem facilmente entender. Ler um texto nesse nível é ler como as crianças leem, de maneira literal e infantil.
  • A linguagem religiosa, que ele chama de linguagem do Dhamma, é um modo de interpretação mais adequado à expressão das verdades religiosas e universais. Ela se revela apenas a quem busca entender mais profundamente a verdade das coisas.
  • Ele já usava esse método para as escrituras buddhistas. O que aconteceria se o mesmo método fosse aplicado aos ensinamentos cristãos?

O livro mostra como se abrem novos rumos de entendimento a respeito de alguns ensinamentos-chaves de Jesus Cristo e da Bíblia quando vistos a partir das duas linguagens.

Uma grande colaboração para o diálogo inter-religioso.

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PREFÁCIO DA EDIÇÃO BRASILEIRA

Em 1967, Buddhadasa Bhikkhu, um dos maiores nomes do mundo buddhista na Tailândia, foi convidado para dar três palestras no Seminário Teológico Tailandês a convite do Sinclaire Thompson Memorial Lectures, uma iniciativa criada por amigos e associados de Sinclaire Thompson a fim de homenageá-lo. Thompson, ele mesmo um cristão, tinha um grande interesse no entendimento e no diálogo entre as religiões, tanto quanto tal diálogo fosse feito de maneira profunda, respeitosa e almejando a paz e a felicidade das pessoas e da sociedade. Com a morte de Thompson em 1963, a série anual de palestras foi iniciada, e Buddhadasa Bhikkhu foi a personagem central do quinto ano.

Tendo três dias para explorar o tema do diálogo inter-religioso da maneira que desejasse, Ajahn Buddhadasa escolheu uma abordagem ousada e desafiadora. Ao invés de falar amenidades e comparar pontos óbvios de semelhanças, como a presença de uma doutrina de sabedoria ou da prática do amor e da compaixão, o grande mestre tailandês resolveu aplicar ao diálogo ‘Cristianismo e Buddhismo’ uma ferramenta interpretativa que ele já empregava, de modo igualmente revolucionário, às suas interpretações das doutrinas buddhistas. Segundo ele, o texto religioso contém em si dois tipos de linguagem, uma primeira linguagem popular que todas as pessoas conseguem facilmente entender, e uma segunda linguagem que se revela apenas a quem busca entender mais profundamente a verdade das coisas. A essa segunda linguagem ele chamou de linguagem do Dhamma. Dhamma, ou em sua forma sânscrita mais conhecida no Ocidente, Dharma, é uma palavra difícil de ser traduzida. Num sentido restrito se refere aos ensinamentos do Buddha, mas num sentido amplo, aquele utilizado pelo autor aqui, significa a verdade profunda de todas as coisas.

Para Ajahn Buddhadasa, tanto quanto ficarmos limitados à linguagem popular, não teremos chance de realmente empreender um diálogo inter-religioso profundo; não haverá chance de paz e mútuo entendimento. Utilizando da chave interpretativa da linguagem do Dhamma, que está presente de forma velada em todos os textos religiosos, é possível alcançar uma harmonia de visão. Buddhadasa resolve aplicar isso ao próprio texto cristão. De maneira inovadora e ousada, ele toma passagens bíblicas, tanto do Velho quanto do Novo Testamento, e revela como tais passagens, frequentemente difíceis de serem entendidas mesmo pelos cristãos, podem ser traduzidas para um ensinamento profundo e, ao mesmo tempo, claro, quando utilizamos a chave da linguagem do Dhamma.

Em sua primeira palestra, dividida em quatro partes, Buddhadasa introduz as duas linguagens e pede à audiência para ter uma abertura mental a fim de ouvir sobre essa nova ferramenta interpretativa, fundamental quando se almeja um diálogo frutificante. Em nenhum momento ele quer convencer ninguém. Ele não é apologético em relação ao Buddhismo, e expressa claramente que se alguém entender do modo mais profundo sua própria religião não será preciso adotar uma outra. Nessa primeira palestra ele discute sobre os tipos de religião, qual é seu objetivo último, o que é necessário e o que não é necessário, e mostra explicações sobre o karma (o ensinamento sobre a ação e seus resultados) que poderão surpreender tanto cristãos quanto buddhistas.

O segundo dia de palestra é dedicado à Trindade Cristã – o Pai, o Filho e o Espírito Santo – vista a partir da linguagem do Dhamma. Creio que raros foram os buddhistas que já tentaram falar sobre esse tema. Ele indica as dificuldades que encontramos quando tentamos interpretar a Bíblia tendo apenas o instrumento da linguagem literal, e como diversas passagens do texto cristão se abrem quando usamos a linguagem do Dhamma.

A terceira e última palestra versa também sobre a conclusão e a finalidade do Cristianismo e do Buddhismo. Ajahn Buddhadasa discute sobre Salvação, Libertação, Reino de Deus e Nibbāna (skr. Nirvāna), indicando os objetivos superiores do caminho espiritual. Muito de sua abordagem foca no papel do egoísmo na situação humana e seus sofrimentos. Chegar àquela condição em que a mente é livre de todo o egoísmo, superando confusão, ganância e aversão, é o ideal de todas as religiões verdadeiras e estas devem se unir em torno desse ideal ao invés de lutarem entre si. Para Buddhadasa, “palavras como buddhista, cristão, muçulmano e assim por diante não existem para aquele que mira o objetivo mais alto da vida, a saber, uma mente livre do egoísmo e do egocentrismo”. Para além das denominações, há um único alvo a ser atingido.

As três palestras de que se compõe este livro foram originariamente traduzidas por várias mãos a partir dos originais em tailandês. Ven. Punno, Sr. Siamwala e Sr. Hajji Prayoon Vadayakul (da Missão Muçulmana) se ocuparam de uma primeira tradução e diversos monges e laicos, cristãos e buddhistas chegaram a revisá-las. Muitos anos mais tarde, Santikaro, o então tradutor oficial para o inglês das obras de Ajahn Buddhadasa se ocupou também de sucessivas revisões.

Entrei em contato com este livro quando morava no mosteiro Suan Mokkh, no sul da Tailândia, na segunda metade da década de 80, período em que treinava sob a direção do próprio Ajahn Buddhadasa. Desejo sinceramente que sua tradução para a língua portuguesa possa servir como mais uma ferramenta para o diálogo harmonioso e para o entendimento do caminho proposto pelas diversas religiões cujo objetivo seja promover a paz e subjugar o egoísmo que avança pelo mundo atual.

Ricardo Sasaki
Centro de Estudos Buddhistas Nalanda
Nalanda Bauddha Madhyasthanaya
Belo Horizonte, 2014.


Comentários de quem já leu:

“Simples e profundo. Espero que muita gente o leia para que possamos aumentar cada vez mais a nossa compreensão sobre um mundo de paz, que temos de construir com uma certa urgência”.

“Ajahn Buddhadasa responde a essa questão de forma tão simples e clara, que torna o livro muito útil, de fato. Ele nos mostra como encontrar as convergências relevantes entre as religiões mais diversas. Com o excesso de informação, separar o joio do trigo – como faz o Venerável, com maestria – é fundamental…”


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