Centro de Estudos Buddhistas Nalanda

Sobre a estranha carta do Sr. Michael Beisert

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Como pensar e agir a respeito de “presentes” que recebemos

~ Na época do Buddha havia um homem chamado Akkosaka. Akkosaka significa ‘aquele que não fica bravo’. Mas, de fato, era justamente o oposto: ele sempre estava com raiva. Quando ouviu dizer que o Buddha nunca ficava bravo com ninguém, ele decidiu visitá-lo. Tendo se dirigido direto ao Buddha, insultou-o com todo tipo de impropérios e ofensas. No final de tudo, o Buddha perguntou se ele tinha algum amigo ou parente. “Sim”, respondeu o homem. “Quando você os visita, você leva algum presente?”. “Claro”, disse ele, “sempre levo presentes”. “O que acontece se eles não aceitarem os presentes?”, o Buddha perguntou. “Bem, eu os levo de volta para casa e os compartilho com minha família”. “Da mesma forma”, disse o Buddha, “você me trouxe um presente no dia de hoje, o qual eu não aceito; você pode levá-lo de volta para sua família”.

Ω Ω Ω

É com tristeza que comento aqui a respeito da publicação de uma “carta aberta” escrita por um certo Sr. Michael Beisert (que assina também sob o nome budista ‘Dhammarakkhita’), que se aproveita de seu site  para desfilar uma grande quantidade de acusações, frustrações pessoais e alegadas ‘injustiças’. Um lamentável uso de um site com escrituras budistas para agressões de ordem pessoal. Tristeza, primeiro pelo doador do presente, e depois por aqueles que possam ter lido suas palavras e ficado confusos.

Esta carta não é uma resposta ao Sr. Michael Beisert. Muito do que consta dela já foi explicado a ele privadamente, mas ele prefere deixar os leitores de seu site na ignorância. Mostrarei aqui como ele incorre repetidamente na fala incorreta condenada pelo Buddha, ao tentar induzir o leitor a acreditar em algo que ele mesmo sabe não ser correto. No Buddhismo, quatro fatores entram na transgressão da fala enganosa: (1) um falso estado de coisas, (2) a intenção de enganar o outro; (3) o esforço para expressar isso, verbalmente ou por meio do corpo, e (4) a transmissão de uma falsa impressão para outro.

Essa também não é a primeira vez que essas frustrações e agressões pessoais foram publicadas por ele ou algum de seus associados ou admiradores, mas nunca havia sido feita em seu próprio site, utilizando de um site cujos visitantes vêm a procura de textos buddhistas para influenciá-los em sua agenda pessoal de ataques. Esse ataque, não é de se admirar, ocorre num momento preciso, exatamente na época em que ele decidiu deixar de ser meramente um tradutor de textos em inglês para se autocolocar como um expositor dos ensinamentos e se iniciar como professor, e  passou a receber o apoio de dois grupos budistas que não veem qualquer problema em apoiar alguém que usa das ‘estratégias’ que ele usa para atacar outros centros e professores.

Se apenas existissem duas pessoas no mundo, eu apenas recusaria o presente oferecido. Essa sempre foi a atitude quando das vezes que ele me escreveu da forma particularmente agressiva como escreve. Continuo recusando o presente, mas algo divulgado publicamente corre o risco de ser interpretado de uma forma que seja prejudicial para a própria pessoa que lê. Assim, as informações abaixo são dirigidas primeiramente àqueles amigos, colegas e colaboradores que se surpreenderam ao ver declarações com esse “tom” estampadas na primeira página de seu site, um site declarado como budista. Em seguida, as informações abaixo são dadas no sentido de esclarecer aqueles que conhecem pouco sobre o tema e que poderiam vir a se desviar ou ficar confusos diante de algo acontecendo, supostamente, dentro do seio budista. Supostamente, pois nada disso tem a ver com budismo ou com uma suposta busca pela justiça e bem do budismo no Brasi, mas tão somente de uma expressão com outras motivações.

Índice:

Os objetos de crítica

~ onde são mostradas as críticas alegadas ao modo de organização das instituições buddhistas e a utlização de seu site para o ataque pessoal ad hominem a outros a fim de criar divisão e mal estar na comunidade

A unilateralidade das críticas

Quais as críticas do Sr. Michael Beisert a mim

Sobre a certificação recebida

~onde são mostradas as omissões de informação a fim de levar o leitor a pensar segundo o autor

A carta respondida a ele

A natureza do título

Esclarecimento sobre a palavra “dhammacariya”

O que foi omitido

Sobre o título recebido

~ onde é evidenciado o preconceito do autor a toda a tradição monástica birmanesa

Esclarecimento sobre o título

Ajahn Buddhadasa e a tradição das Florestas da Tailândia

~ onde é mostrado o desconhecimento do autor a respeito da tradição das floresta, de vipassana e de um de seus grandes mestres

O uso de vinculações como forma de enganar ingênuos

A suposta atitude extremamente discriminatória

~ onde é mostrada a vontade do autor de ser incluído em nosso site e sermos seu divulgador

A suposta atitude hostil do Nalanda

Sobre a saída do Sr. Michael Beisert do CBB

~ onde é mostrada as reais razões do autor ter saído e as trocas que quis fazer para ser reaceito

A gota d’água para a publicação de sua carta

~ onde é mostrado como o seu mal entendimento de uma resposta precipitou seu ataque público

A suposta crítica como inferiores das traduções que não são feitas diretamente do Pali

O último motivo alegado

Continua aqui: Os objetos de crítica


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