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O BUDDHA, SUA VIDA E ENSINAMENTOS
Ven. Piyadassi Thera
Namo Tassa Bhagavato Arahato Samma Sambuddhassa!
Introdução
“As eras passam e o Buddha não parece tão longe afinal; sua voz sussurra em nossos ouvidos e nos diz para não fugirmos da luta mas para, calmamente, encará-la, e para ver na vida ainda maiores oportunidades para crescimento e avanço. A personalidade conta hoje tanto quanto sempre, e alguém que deixou uma marca no pensamento da humanidade como o Buddha o fez – de modo que ainda hoje há algo vivo e vibrante mesmo em pensar nele – deve ter sido um homem maravilhoso, como Barth diz, ‘o modelo acabado da calma e doce majestade, da infinita ternura por tudo que respira e compaixão por tudo que sofre, da perfeita liberdade moral e isenção de qualquer preconceito” [1].
“Sua mensagem, antiga e ainda assim bastante nova e original para aqueles imersos em sutilezas metafísicas, capturou a imaginação dos intelectuais; ela tocou fundo nos corações das pessoas” [2].
O buddhismo teve seu nascimento em Sarnath, próximo da cidade de Varanasi (Benares), na Índia. Com apenas cinco seguidores no começo, ele penetrou em muitas terras, e hoje é a religião de mais de 600 milhões. O buddhismo avançou assim a passos largos graças a seu valor intrínseco e seu apelo à mente e seu raciocínio. Mas houve outros fatores que auxiliaram seu progresso: os dhammadutas, os mensageiros do Dhamma (o ensinamento), jamais usaram métodos iníquos para espalhar o Dhamma. A única arma que eles empunhavam era a do amor universal e da compaixão.
Além disso, o buddhismo penetrou nesses países pacificamente, sem perturbar as crenças que já existiam. Missões buddhistas, para as quais não existem paralelos nos anais da história religiosa, não eram levadas adiante nem por força de armas nem pelo uso de métodos coercitivos ou repreensíveis. Conversão compulsória era algo desconhecido entre os buddhistas, e repugnante ao Buddha e seus discípulos. Nenhuma censura de outra crença jamais existiu no buddhismo. O buddhismo assim foi capaz de se difundir por uma grande variedade de culturas pelo mundo civilizado.
“Não conheço nenhum registro”, escreveu T. W. Rhys Davids, “em toda a longa história do buddhismo, pelos muitos séculos onde seus seguidores têm sido por longos períodos predominantes, de qualquer perseguição pelos buddhistas de seguidores de qualquer outra fé”.
[1] Jawaharlal Nehru. The Discovery of India. (Calcutta: Signet Press, 1946) p. 143.
[2] Ibid p. 137
É maravilhoso poder constatar esta virtude do budismo de se impor internamente sem imposições externas. Possamos todos nós compreendê-lo cada vez mais, com vigor, mas sem violência de qualquer tipo; cada qual em sua hora, capacidade, seu lugar e tamanho. Metta. Gx.
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