Hist�ria Antiga de Nalanda
�As ru�nas dos antigos estabelecimentos buddhistas de Nalanda ficam bem perto do vilarejo de Bargaon, a 90 quil�metros a sudeste de Patna (capital do estado de Bihar) e a 11 quil�metros ao norte de Rajgir, a antiga Rajagrha. A �rea foi santificada pelo Bhagawan Buddha. De acordo com Taranatha, Asoka, o grande imperador Maurya do terceiro s�culo a.C., fez oferendas ao chaitya de Sariputra que existiam em Nalanda e erigiu um templo l�; Asoka, portanto, pode ser considerado o fundador do Nalanda-vihara. Nagarjuna, o famoso fil�sofo e alquimista Mahayana de cerca do segundo s�culo d.C., come�ou seus estudos em Nalanda e, mais tarde, tornou-se seu abade principal. Suvishnu, um contempor�neo de Nagarjuna, construiu 108 templos em Nalanda. Alguns outros mestres proeminentes conectados com Nalanda foram Aryadeva (come�o do quarto s�culo), Asanga (quinto s�culo) e seu irm�o Vasubandhu�.
Nalanda sob os Guptas
"Apesar de Nalanda ter sido um famoso centro de Buddhismo por s�culos antes dos reis Gupta, as descobertas mais antigas que podem ser datadas s�o a placa de cobre de Samudragupta e uma moeda de Kumaragupta. Sakraditiya, Buddhagupta, Tathagatagupta, Baladitya e Vajra constru�ram mosteiros em Nalanda nos quinto e sexto s�culos. Fa-hsien (atualmente grafado como Faxian pelos especialistas chineses), o peregrino chin�s do come�o do quintos�culo, menciona a vila de Nalo, o lugar de nascimento e morte de Sariputra, e uma stupa l� existindo. Este local � aparentemente id�ntico a Nalanda. O grande astr�nomo Aryabhatta, nascido em Kusumaputra (moderna Patna) em 476 d.C. escreveu sua famosa obra Aryabbhattiya na idade de 23 anos e permaneceu em Nalanda por um longo tempo. Ele foi o primeiro indiano a reconhecer a forma esf�rica da terra e o fato de que girava em torno de seu eixo. Ele atribuiu um valor correto a pi com a exatid�o de quatro casas decimais, bem como resolveu problemas aritm�ticos e outros.
Nalanda sob Harsha
"Hsuan-tsang (atualmente grafado como Xuanzang pelos especialistas chineses) viu em Nalanda uma imagem de Buddha feita de cobre de 24 metros, erigida por Purnavarman no come�o do sexto s�culo. O ilustre Harshavardhana de Kanauj (606-647) muito ajudou o Nalanda mahavihara. Construiu um monast�rio em lat�o que estava em constru��o quando da visita de Hsuan-tsang ao local. Harsha estabeleceu �as taxas de cerca de cem vilarejos como presente ao mosteiro e duzentas pessoas destas vilas contribu�ram com o requerido volume de arroz, manteiga e leite�. Os estudantes n�o precisavam esmolar por seu alimento di�rio. Harsha reverenciou muito os monges de Nalanda e chamou a si mesmo de seu servo. Cerca de mil monges de Nalanda estavam presentes na congrega��o real em Kanauj".
Nota: na foto, voc�s podem notar v�rios 'quadrados', os quais s�o os quartos dos monges-alunos de Nalanda.
Hsuan-tsang em Nalanda
"Hsuan-tsang partiu da China em 627 d.C. e retornou em 645 d.C. Viajou 10.000 milhas e passou 10 anos na �ndia. Ele foi muito calorosamente recebido em Nalanda e estudou com o grande fil�sofo Silabhadra. Na �poca, a Universidade possuia mais de 1.500 professores, cuidando e guiando 10.000 alunos. Os cursos de estudo inclu�am escrituras das escolas Mahayana (novas) e antigas, textos brahm�nicos como os Vedas e temas seculares como hetu-vidya (l�gica), sabda-vidya (gram�tica), chikitsa-vidya (medicina), sadagama-kala, escultura, kosa, pintura, metalurgia e silpa-sastra. A Universidade tinha tr�s grandes bibliotecas: Ratnasagara, Ratnaranjaka e a Ratnodadhi de nove andares.
Al�m de descrever os v�rios mosteiros e templos que l� encontrou, Hsuan-tsang fez uma longa lista de outros monast�rios e stupas que visitou. Carregou consigo 657 sutras de volta para a China e traduziu muitos deles do s�nscrito para o chin�s. No seu retorno, estabeleceu sua pr�pria escola de pensamento buddhista.
Nalanda j� havia adquirido nessa �poca uma celebridade espalhada por todo o oriente como um centro de estudos profundos buddhistas e de atividades educacionais. Dentro do pequeno per�odo de trinta anos desde a partida de Hsuan-tsang, nada menos que onze viajantes chineses e coreanos foram registrados como tendo visitado Nalanda".
I-tsing
"I-tsing (atualmente grafado como Yijing pelos especialistas chineses), outro famoso peregrino chin�s, alcan�ou a �ndia em 673 e estudou em Nalanda por um tempo consider�vel. Ele registrou detalhes minuciosos da vida dos monges de Nalanda cujo n�mero excedia 3.000. O curr�culo, al�m das escrituras buddhistas, inclu�a l�gica, metaf�sica e um estudo extenso de gram�tica s�nscrita. Os monges observavam estritas regras de disciplina".
Sob os Palas
"Os imperadores Pala se mantiveram no poder na �ndia oriental do oitavo ao d�cimo-segundo s�culo e foram grandes patronos do Buddhismo Mahayana. Estabeleceram outros monast�rios em Vikramasila, Somapura, Odantapura e Jagaddala. E continuaram sendo generosos em suas doa��es a Nalanda".
Eruditos Eminentes
"Ap�s Vasubandhu, os abades supremos de Nalanda foram cronologicamente Dignaga, Dharmapala, Silabhadra, Dharmakirti, Santarakshita e Padmasambhava. Nalanda conseguiu atrair os melhores eruditos buddhistas, cuja fama percorreu terras long�nquas".
O fim de Nalanda
"O Buddhismo estava gradualmente decaindo quando da visita de Hsuan-tsang. Centros importantes do Buddhismo antigo estavam desertos, embora alguns novos centros como Nalanda, Valabhi (a oeste) e Kanchi (ao sul) progredissem. Ap�s algum tempo, o Buddhismo florescia apenas em Bihar e Bengala. Entretanto, vagarosamente o Buddhismo passou a tornar-se embebido de fortes id�ias do tantrismo, incluindo a cren�a na efic�cia de feiti�os e encantamentos, envolvendo pr�ticas e rituais secretos.
Os pr�dios e stupas de Nalanda foram destru�dos pela primeira vez por um invasor Huno, Mihirakula, e, mais tarde, por Sasanka, o rei de Gauda. A destrui��o final foi causada por Muhammad Bakhtiar Khalji, no final do s�culo doze e os monges fugiram. O ver�o de 1235 viu um outro ataque a Nalanda, dessa vez com apenas dois mosteiros sobreviventes, habitados por cerca de setenta moges, incluindo um Dharmasvamin tibetano, o qual deixou um relato de primeira m�o sobre o incidente".
"De acordo com outro texto tibetano, o Pag-sam jon-Zong, ap�s o ataque dos turcos, os templos e chaityas foram restaurados por um s�bio, Muditabhadra. Logo ap�s, Kukutasiddha, ministro do rei de Magadha, erigiu um templo buddhista em Nalanda. Num incidente, dois mendicantes Tirthikas indignados realizaram um yajna e jogaram brasas ardentes e cinzas do fogo sacrificial em templos e monumentos buddhistas. Isto produziu um grande inc�ndio que consumiu a famosa biblioteca Ratnodadhi.
O primeiro relato europeu sobre as ru�nas de Nalanda foi feito por Buchanon-Hamilton, o qual visitou o lugar no primeiro quarto do s�culo dezenove. Mas foi somente a partir de 1860 que Alexander Cunningham identificou o local como sendo do antigo Nalanda e chamou a aten��o do mundo da arqueologia para a import�ncia do s�tio. Alguns anos mais tarde, A.M. Broadley procedeu algumas escava��es n�o sistem�ticas no s�tio Chaitya 12 e publicou uma monografia sobre o lugar (1872). O Archaeological Survey of India excavou o local por vinte anos, come�ando em 1915-16. Muito ainda resta a ser excavado. Nalanda � um dos maiores s�tios arqueol�gicos da �ndia".
O significado contempor�neo de Nalanda
"Nalanda representa e simboliza os mais altos padr�es j� alcan�ados no reino da erudi��o, especula��o filos�fica e sadhana espiritual. Seu nome � suficiente para evocar uma imagem brilhante nos cora��es dos buddhistas. Suas linhagens principais podem ser tra�adas aos grandes acharyas associados � universidade, que incluem nomes como Nagarjuna, Padmasambhava, Dharmapala, Asanga, Vasubandhu, Dignaga, Dharmakirti, Santideva, Sarahapa e Naropa. Nalanda se situa permanentemente presente na psiqu� indiana e buddhista. A heran�a de Nalanda precisa ser relembrada e redescoberta para o rejuvenescimento das tradi��es de erudi��o, dharma e sadhana. Ela pode uma vez mais refor�ar o relacionamento religioso e espiritual entre os grandes pa�ses da �sia".
(Baseado principalmente na monografia de A. Ghosh, �Nalanda�, publicada pela Archaeological Survey of India, 1971)
A Heran�a de Nalanda
A Confer�ncia Internacional sobre a �A Heran�a de Nalanda� ocorreu em fevereiro de 2006 em Nalanda (�ndia), objetivando salientar a contribui��o desse grande lugar de aprendizado, o qual evocou a resposta do mundo de acad�micos, santos e cientistas de v�rias disciplinas e tornou-se o lugar de encontro de algumas das maiores personalidades dos per�odos que viram o �pice de sua gl�ria. A confer�ncia focou a aten��o em seu impacto sobre os processos culturais em v�rios pa�ses da �sia peninsular, �sia oriental e sudeste asi�tico, como tamb�m no papel formativo que teve sobre o desenvolvimento do Buddhismo. As origens de v�rias das principais linhagens do Mahayana, que desfrutam de vasta popularidade no Tibet, Mong�lia, Cor�ia, China e Jap�o, entre outros, pode ser tra�ado aos acharyas da antiga universidade.
A confer�ncia salientou a expans�o das id�ias dos acharyas de Nalanda a outros pa�ses e outros sistemas, analisando o impacto e destino de tais id�ias. As disciplinas de Nalanda foram revisitadas em rela��o �s modernas disciplinas da l�gica, psicologia, filologia, gram�tica, sem�ntica, m�trica, metaf�sica, filosofia, �tica, etc. Uma tentativa foi feita no sentido de exaltar as realiza��es de Nalanda no reino das disciplinas cient�ficas como a astronomia, cosmologia, matem�tica, alquimia, qu�mica, farmacologia e medicina.
A confer�ncia teve uma abrang�ncia internacional. Entre os participantes estiveram importantes mestres e eminentes eruditos do Bhut�o, China, Hong Kong, �ndia, Jap�o, Cor�ia, Laos, Mal�sia, Mong�lia, Myanmar, Nepal, Cingapura, Sri Lanka, Taiwan, Thail�ndia, Tibet e Vietnam. Eminentes eruditos das maiores universidades e institutos de pesquisa destes pa�ses, bem como de pa�ses ocidentais foram convidados para enriquecer a erudi��o da confer�ncia. Mais de cem delegados estrangeiros, al�m daqueles da �ndia compareceram como contribuintes da confer�ncia.
S.S. o Dalai Lama, s�mbolo vivo da tradi��o Mahayana emanada de Nalanda, inaugurou a confer�ncia. Durante o per�odo da confer�ncia v�rias sess�es acad�micas se desenvolvem, al�m das cerim�nias de abertura e certifica��o.
Outras atividades ocorrendo simultaneamente incluirm uma exibi��o de fotografias de descobertas arqueol�gicas e ru�nas de Nalanda; amostragem de thangkas, livros e manuscritos nas l�nguas chinesa, japonesa, tibetana, s�nscrita, pali e outras, bem como tradu��es de algumas destas, al�m de obras modernas de pesquisa relacionadas aos siddhas e s�bios associados a Nalanda. As noites foram devotadas � m�sica e dan�a ritual Vajrayana.
Ricardo Sasaki participou como um dos apresentadores na Confer�ncia Internacional �The Heritage of Nalanda�. Patrocinada pela Universidade Nalanda, Asoka Mission da �ndia e o governo de estados indianos, a confer�ncia foi um marco homenageando os 2550 anos do Buddha Jayanti e se constituiu uma honra apresentar um pouco do trabalho feito no Brasil inspirado nos ideais de conhecimento e fraternidade entre linhagens, que Nalanda original � o modelo m�ximo no Buddhismo.
O pr�prio Dalai Lama abriu o evento e especialistas de 28 pa�ses do mundo inteiro compareceram. Apresenta��o de Ricardo Sasaki teve como t�tulo "Dharma in Brazil - A Nalanda-inspired experience", versando sobre o papel do Nalanda no Brasil na divulga��o do Theravada e do Buddhismo em geral, e as influ�ncias do Nalanda original (universidade antiga na India) sobre o trabalho mission�rio daqui. O Buddhismo no Brasil � muito pouco conhecido l� fora e essa foi uma boa oportunidade de contar com uma audi�ncia internacional.
Fotos da Confer�ncia podem ser vistas em: [http://nalanda.multiply.com/photos/album/12 �lbum da Confer�ncia Internacional "Heritage of Nalanda"]
Bem-vindo ao site de budismo theravada da maior comunidade brasileira dessa linhagem budista. O centro budista nalanda � uma comunidade budista tradicional, comprometida com a transmiss�o s�ria dos valores budistas. Na escola do budismo theravada aprende-se o modo direto e completo dos ensinamentos originais do Buda, medita��o budista samatha e vipassana (vipassana vem de vi/de v�rias formas, penetrante & passana/ver = ou seja, ver de v�rias formas ou de forma aprofundada), meditar no dia a dia. Das escolas budistas antigas, a do budismo theravada � a �nica que existe at� os dias de hoje. � o budismo praticado na tail�ndia, sri lanka (ceil�o), birm�nia (myanmar), laos e camboja. O centro budista nalanda foi pioneiro em trazer os retiros budistas de vipassana e anapanasati para o Brasil e todas as atividades internacionais do budismo theravada no Brasil nos �ltimos 20 anos tiveram seu in�cio no centro Nalanda. Saiba mais sobre o Budismo!