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~ por Ven. Ajahn Payutto ~
2. Definições das Escrituras
Os ensinamentos sobre os Cinco Agregados (pañca-khandha) no capítulo 1 *, e sobre as Seis Bases dos Sentidos (saḷāyatana) no capítulo 2 *, enfatizam a dimensão interior da vida dos seres humanos. O ensino das Três Características expande o escopo da investigação para abranger tanto a pessoa individual quanto os objetos externos. É um estudo dos seres humanos e do mundo inteiro.
*De Buddhadhamma.
O significado de cada uma das Três Características já foi descrito de uma forma rudimentar. Agora elas serão analisadas mais detalhadamente, com base nos ensinamentos escriturais.
2A. Impermanência
O Paṭisambhidāmagga oferece uma definição simples para aniccatā: algo é considerado impermanente ‘no sentido de que cessa’ (khaya-aṭṭhena) [8]. Todas as coisas condicionadas existem momentaneamente, em um momento e lugar específicos e então cessam imediatamente. Um objeto no passado não existe no presente, um objeto presente agora não existirá no futuro. Textos pós-canônicos expandem essa definição e oferecem uma série de descrições. Por exemplo, à primeira vista, percebe-se que a vida de uma pessoa começa no nascimento e termina com a morte. Após uma inspeção mais aprofundada, percebe-se um ritmo acelerado de nascimento e declínio por um período de vida, um ano, uma estação, um mês, um dia, alguns minutos, num surgir e cessar a cada momento que é difícil para a maioria das pessoas discernir. Modernas descobertas científicas, não só na física, contribuíram para revelar e demonstrar a impermanência. Muitas teorias científicas que falam de nascimento e morte de estrelas ou de desintegração atômica ilustram a lei da impermanência.
Das muitas definições comentariais de aniccatā aqui estão algumas das
mais comuns:
Os comentários definem aniccatā de muitas maneiras diferentes. Por exemplo, algo é considerado impermanente ‘por ser incerto e instável’ (aniccantikatāya), e porque ‘tem um começo e um fim’ (ādi-antavantatāya) [9]. Uma definição comum e frequentemente utilizada é: algo é considerado impermanente no sentido de ‘ter existido e deixado de existir’ (hutvā abhāvaṭṭhena) [10]. [70/9] Uma adição é às vezes feita a essa frase, por exemplo: algo é considerado impermanente porque ‘surge, desintegra-se e torna-se outra coisa’ (uppādavayaññathattabhāvā hutvā abhāvato vā) [11].
Eis uma detalhada compilação das definições. Há quatro razões para algo ser considerado impermanente [12]:
1. Uppādavayappavattito: porque surge e se desintegra; aparece e se extingue; existe e, em seguida, deixa de existir.
2. Vipariṇāmato: porque é sujeito a mudança; continuamente alterado e transformado.
3. Tāvakālikato: porque é temporário; existindo momentaneamente.
4. Niccapaṭikkhepato: porque é inconsistente com a permanência; a mutabilidade dos objetos condicionados está intrinsecamente em conflito com a permanência; quando se observa acuradamente o objeto nenhuma permanência é encontrada, mesmo se alguém teima em considerá-lo como permanente, a natureza recusa-se anuir a tal desejo do indivíduo.
Traduzido por Jorge Furtado para o Centro Nalanda
em acordo com Buddhadhamma Foundation
Para Distribuição Gratuita
© 2011 Edições Nalanda
Nota: “Escritos sobre o Buddha Dhamma” consiste de um conjunto de escritos de um dos mais respeitados monges da Thailândia contemporânea, Venerável Ajahn Payutto.
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