Era uma vez um velho carpinteiro com uma careca brilhante. Nos dias de sol, sua cabeça brilhava tão intensamente que as pessoas cobriam os olhos quando falavam com ele!

Num dia muito ensolarado como aqueles, um mosquito faminto foi atraído pela careca brilhante do velho carpinteiro. Ele pousou sobre ela e começou a picá-la.

O carpinteiro estava ocupado alisando um pedaço de madeira com uma plaina. Quando sentiu as picadas do mosquito, ele tentou afastá-lo. Mas o mosquito faminto não queria largar uma refeição tão apetitosa. Então, o homem chamou seu filho e pediu que ele o livrasse da praga teimosa.

Ao contrário da cabeça polida de seu pai, o filho não era tão brilhante. Mas ele era trabalhador e obediente. Ele disse: “Não se preocupe papai, seja paciente. Eu matarei este inseto com apenas um golpe!”

Então ele pegou um machado muito afiado e mirou cuidadosamente no mosquito. Sem pensar, ele desceu o machado e dividiu o mosquito em dois!  Infelizmente, depois de cortar o mosquito, o machado também dividiu em duas a careca brilhante do velho carpinteiro.

Enquanto isso, um conselheiro do rei estava passando com seus seguidores. Eles viram o que acabara de acontecer e ficaram bastante chocados sobre como alguém poderia ser tão estúpido!

O conselheiro do rei disse: “Não fiquem tão surpresos com a estupidez humana! Isso me lembra de um evento semelhante que aconteceu ontem mesmo”.

“Em uma aldeia não muito longe daqui, uma mulher estava limpando arroz. Ela estava batendo em um almofariz com um pilão para separar as cascas. Quando começou a suar, um enxame de moscas começou a zumbir em volta de sua cabeça. Ela tentou afastá-las, mas as moscas sedentas não iam embora.

Então, ela chamou a sua filha e pediu-lhe para espantar os insetos incômodos. Embora fosse uma menina bastante tola, a filha sempre fazia o melhor possível para agradar a mãe.

Ela se levantou de seu próprio almofariz, ergueu o pilão e mirou cuidadosamente na maior e mais ousada das moscas. Sem pensar, ela bateu na mosca até a morte! Mas é claro, o mesmo golpe que matou a mosca, também terminou com a vida de sua mãe”.

“Vocês todos sabem o que eles dizem”, disse o conselheiro, terminando sua história, “Com amigos como estes, quem precisa de inimigos!”

A moral é: Um inimigo sábio é menos perigoso que um amigo tolo.


Traduzido por Marcelo Camargos
com a permissão dos detentores do copyright
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