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~ Ven. Dr. Walpola Rahula ~

O primeiro é o Agregado da Matéria (rūpakkhandha). Este termo, “Agregado da Matéria”, abrange os tradicionais Quatro Elementos Principais (cattari mahābhutani), quais sejam, solidez, fluidez, calor e movimento, bem como os Derivados (upadaya-rūpa) destes Quatro Principais. Esse último grupo abrange nossos cinco órgãos dos sentidos, ou seja, as faculdades do olho, ouvido, nariz, língua e corpo, bem como seus correspondentes objetos no mundo externo, ou seja, forma visível, som, odor, sabor e coisas tangíveis, e também alguns pensamentos, idéias ou concepções que estão na esfera dos objetos mentais (dhammayatana). Deste modo, todo reino da matéria, interno e externo, é compreendido por este Agregado.

O segundo é o Agregado das Sensações (vedanākkhandha). Incluem-se neste grupo todas as nossas sensações, agradáveis, desagradáveis ou neutras, experienciadas mediante o contato dos órgãos físicos e mentais com o mundo externo. O contato pode ser de seis tipos: sensações experimentadas através do contato dos olhos com as formas visíveis, ouvidos com os sons, nariz com os odores, língua com os sabores, corpo com objetos tangíveis e mente (que é a sexta faculdade na filosofia buddhista) com os objetos mentais, pensamentos ou idéias. Todas as nossas sensações físicas e mentais estão incluídas neste grupo.

Uma palavra sobre o significado do termo Mente (manas) na filosofia buddhista será útil aqui. Devemos entender claramente que a mente não é o espírito oposto à matéria. Devemos sempre lembrar que o Budhismo não reconhece um espírito oposto a matéria, como é aceito por outras religiões ou sistemas de filosofia. A mente é apenas uma faculdade ou órgão (indriya) como os olhos ou os ouvidos. Ela pode ser controlada e desenvolvida como qualquer outra faculdade, e o Buddha sempre fala da importância de controlar e disciplinar essas seis faculdades. A diferença entre os olhos e a mente como faculdades é que os primeiros percebem o mundo como cores e formas visíveis, enquanto a última percebe o mundo de ideias, pensamentos e objetos mentais. Experimentamos diferentes campos do mundo com sentidos diferentes. Não podemos ouvir as cores, mas podemos vê-las. Tampouco podemos ver os sons, mas podemos ouvi-los. Assim, com nossos cinco órgãos dos sentidos – olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo – experimentamos apenas o mundo das formas visíveis, sons, odores, sabores e objetos tangíveis. Mas eles representam apenas uma parte do mundo, não todo o mundo. Que dizer das idéias e pensamentos? Eles também são parte do mundo. Mas não podem ser sentidos, não podem ser concebidos pelas faculdades dos olhos, ouvidos, nariz, língua e corpo. Apesar disto, eles podem ser concebidos por outra faculdade, que é a mente. Idéias e pensamentos não são independentes do mundo experienciado pelas cinco faculdades sensíveis. Na verdade, eles dependem e são condicionados pelas experiências físicas. Assim, uma pessoa cega de nascença não pode ter idéias de cor, exceto através de analogia com sons ou alguma outra coisa experimentada através das outras faculdades. Idéias e pensamentos que formam uma parte do mundo são, portanto, produzidas e condicionadas pelas experiências físicas e são concebidas pela mente. Portanto, a mente (manas) é considerada uma faculdade ou órgão dos sentidos (indriya), como os olhos ou os ouvidos.

O terceiro é o Agregado das Percepções (saññākkhandha). Como as sensações, as percepções também são de seis tipos, em relação às seis faculdades internas e os correspondentes seis objetos externos. Como as sensações, elas são produzidas devido ao contato de nossas seis faculdades com o mundo externo. São as percepções que reconhecem objetos como físicos ou mentais.

O quarto é o Agregado das Formações Mentais (saṅkhārakkhandha). Este grupo abrange as atividades volitivas, boas e más. O que é geralmente conhecido como karma (ou kamma) aparece neste grupo. A definição dada pelo próprio Buddha de karma deve ser lembrada aqui: “Ó bhikkhus, é a volição (cetana) que eu chamo karma. Tendo desejado, a pessoa age pelo corpo, fala e mente”. Volição é “construção mental, atividade mental. Sua função é dirigir a mente para a esfera das atividades boas, ruins ou neutras”. Exatamente como sensações e percepções, a volição também é de seis tipos, conectados com as seis faculdades internas e os correspondentes seis objetos (físicos e mentais) no mundo externo. Sensações e percepções não são ações volitivas. Elas não produzem efeitos kármicos. São apenas ações volitivas – tais como atenção (manasikara), vontade (chanda), determinação (adhimokkha), confiança (saddhā), concentração (samādhi), sabedoria (paññā), energia (viriya), desejo (rāga), repugnância ou ódio (patigha), ignorância (avijjā), auto-conceito ou presunção (māna), idéia de eu (sakkāya-diṭṭhi), etc. – que podem produzir efeitos kármicos. Existem sob o Agregado Das Formações Mentais 52 atividades mentais constitutivas.

O quinto é o Agregado da consciência (viññāṇakkhandha). Consciência é uma reação ou resposta que tem uma das seis faculdades (olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo e mente) como base, e um dos seis fenômenos externos correspondentes (forma visível, som, odor, cor, sabor, coisas tangíveis e objetos mentais, isto é, idéia ou pensamento) como objeto. Por exemplo, a consciência visual (cakkhu-viññāṇa) tem os olhos como base e uma forma visível como objeto. A consciência mental (mano-viññāṇa) tem a mente (manas) como base e um objeto mental, ou seja, uma idéia ou pensamento (dhamma) como objeto. Deste modo, a consciência está conectada com outras faculdades. Portanto, do mesmo modo que sensação, percepção e volição, a consciência também é de seis tipos, relacionados com as seis faculdades internas e seus correspondentes seis objetos externos.

Algo que devemos compreender claramente é que a consciência não reconhece um objeto. É apenas um tipo de percepção – percepção acerca da presença do objeto. Quando o olho entra em contato com uma cor, por exemplo, o azul, surge a consciência visual que é simplesmente percepção quanto à presença de uma cor, mas ela não reconhece que é a cor azul. Não há reconhecimento nesse estágio. É o Agregado da Percepção (o terceiro, discutido acima) que reconhece que isto é azul. O termo ‘consciência visual’ é uma expressão filosófica que denota a mesma idéia fornecida pela palavra ordinária ‘visão’. Ver não significa reconhecer. O mesmo vale para as outras formas de consciência.

Devemos repetir aqui que, de acordo com a filosofia buddhista, não há espírito permanente e imutável que possa ser considerado ‘eu’, ‘alma’ ou ‘ego’ em oposição à matéria, e que a consciência não deve ser tomada como ‘espírito’ em oposição à matéria. Esse ponto em particular tem de ser enfatizado, pois uma noção errada de que a consciência é um tipo de eu ou alma que continua como uma substância permanente ao longo da vida tem persistido desde tempos remotos até o presente.

Um dos discípulos do Buddha, de nome Sari, sustentou que o Mestre ensinava que: ‘é a mesma consciência que transmigra e vagueia por aí’. O Buddha perguntou o que ele queria dizer por consciência. A réplica de Sari é clássica: ‘É aquilo que se expressa, que sente, que experimenta os resultados das boas e más ações aqui e ali’.

‘Homem tolo’, respondeu o Mestre, ‘a quem me ouvistes expor a doutrina desta maneira? Não expliquei de muitas maneiras que a consciência surge devido às condições: que não há surgimento de consciência sem as condições?’ Então, o Buddha explica a consciência em detalhe: ‘Consciência é nomeada de acordo com a condição através da qual ela surge: com relação ao olho e as formas visíveis surge uma consciência, chamada consciência visual; com relação aos ouvidos e sons surge uma consciência, chamada consciência auditiva; com relação ao nariz e os odores surge uma consciência, chamada consciência olfativa; com relação à língua e aos sabores, surge uma consciência, chamada consciência gustativa; com relação ao corpo e os objetos tangíveis surge uma consciência, chamada consciência tátil; com relação à mente e os objetos mentais (idéias e pensamentos), surge uma consciência, chamada consciência mental’.

Em seguida o Buddha explicou o assunto mais um pouco, mediante uma ilustração: O fogo é nomeado de acordo com o material que ele queima. Um fogo pode queimar a madeira, e é chamado fogo de madeira. Pode queimar gravetos, então será chamado de fogo dos gravetos. Portanto, a consciência é nomeada de acordo com as condições pelas quais surge.

Ao tratar deste assunto, Buddhagosa, o grande comentador, explica: ‘… um fogo que queima madeira, queima somente quando existe um suprimento, mas morre no mesmo lugar quando este (o suprimento) não está mais lá, porque a condição mudou, mas o fogo não passou para gravetos, etc. e tornou-se fogo de graveto, etc; mesmo assim, a consciência que surge com relação ao olho e às formas visíveis, surge naquela porta dos sentidos (os olhos), somente quando há a condição do olho, forma visíveis, luz e atenção, mas cessa quando a condição cessa, pois a condição mudou, mas a consciência não muda em direção aos ouvidos, etc., e torna-se consciência auditiva etc…’

O Buddha declarou em termos inequívocos que consciência depende da matéria, sensação, percepção e formações mentais, e que não pode existir independentemente deles. Ele diz:

A consciência pode existir tendo a matéria como seu meio (rūpupayam), matéria como seu objeto (rupammanam), matéria como seu suporte (rīpapatittham), e em busca de satisfação, pode crescer e se desenvolver, ou consciência pode existir tendo as sensações como seu meio… ou percepção como seu meio… ou formações mentais como seu meio, formações mentais como seu objeto, formações mentais como seu suporte, e buscando satisfação pode crescer e se desenvolver.

Caso um homem dissesse: ‘Mostrarei o surgimento, o desenvolvimento, a transformação, a origem, o crescimento ou o desenvolvimento da consciência distinto da matéria, sensação, percepção e formações mentais’, estaria falando de algo que não existe.

De forma breve, esses são os cinco Agregados. Aquilo que chamamos ‘ser’, ou ‘indivíduo’, ou ‘eu’, é apenas um nome ou rótulo conveniente dado à combinação desses cinco grupos. Todos são impermanentes, estão em constante mudança. ‘Tudo que seja impermanente é dukkha’ (Yad aniccaṁ taṁ dukkhaṁ). Esse é o verdadeiro significado das palavras de Buddha: Os cinco agregados do apego são dukkha. Eles não são o mesmo em dois momentos consecutivos. Aqui, A não é igual a A. Eles estão num fluxo de momentâneos surgir e desaparecer.

Ó brāhmaṇa, um rio da montanha, correndo ligeiro e distante, leva tudo consigo, não havendo momento, instante ou segundo em que ele pare de correr; assim, brāhmaṇa, é a vida humana, como um rio da montanha. Como o Buddha disse a Ratthapala: ‘O mundo está em contínuo fluxo e é impermanente’.

Uma coisa desaparece, condicionando o aparecimento da próxima em uma série de causa e efeito. Não há substância imutável nelas. Não há nada por trás delas que possa ser chamado um eu permanente (ātman), individual, ou algo que possa em realidade ser chamado ‘eu’. Todos concordarão que nem matéria, nem sensação, percepção, ou qualquer uma daquelas atividades mentais, nem tampouco a consciência, podem realmente ser chamadas de ‘eu’. Mas quando esses cinco agregados físicos e mentais, que são interdependentes, trabalham juntos, em combinação, como uma máquina fisio-psicológica, formamos a idéia de ‘eu’. Mas essa é apenas uma falsa idéia, uma formação mental, que não é nada além de uma daquelas 52 formações mentais do quarto agregado discutido acima, qual seja, a idéia do ‘eu’ (sakkāya-diṭṭhi).

Estes cinco agregados juntos, que popularmente chamamos um ‘ser’, são eles mesmos dukkha (saṇkhāra-dukkha). Não há outro ‘ser’ ou ‘eu’ sustentando os cinco agregados, que experimente dukkha. Como Buddhagosa diz:

Apenas o sofrimento existe, mas nenhum sofredor é encontrado; as ações existem, mas o ator não é encontrado.

Não há motor imóvel por trás do movimento. Há apenas movimento. Não é correto dizer que a vida está em movimento, e sim que a vida, ela mesma, é movimento. Vida e movimento não são duas coisas diferentes. Em outras palavras, não há pensador por trás do pensamento. O pensamento ele mesmo é o pensador. Se você remover o pensamento, não há pensador a ser encontrado. Aqui não erramos ao notar o quanto a visão buddhista é diametricalmente oposta ao cogito ergo sum cartesiano: ‘penso, logo existo’.

Podemos questionar agora acerca do início da vida. De acordo com o Ensinamento do Buddha, o início da sucessão das vidas dos seres é inconcebível. Aquele que crê na criação da vida por Deus pode sentir-se surpreso diante disto. Mas, caso perguntemos a ele: ‘Qual o começo de Deus?’, ele certamente não hesitaria em dizer que Deus não tem começo, e isto não é para ele surpreendente. O Buddha disse: Ó bhikkhus, este ciclo de continuidade (saṁsāra) não tem um fim visível, e a origem do sofrimento e perambulação dos seres envolvidos pela ignorância (avijjā), submetidos aos aguilhões do desejo (taṇhā),e não é para ser percebida. E, além disso, referindo-se à ignorância que é a principal causa da continuidade da vida, o Buddha afirma: ‘O primeiro princípio da ignorância (avijjā) não é para ser percebido de maneira a postular a inexistência da ignorância além de um certo ponto’. Portanto, não é possível dizer que não havia vida além de certo ponto definido.

Esse, de forma breve, é o significado da Nobre Verdade do Sofrimento (dukkha). É extremamente importante entender esta Primeira Nobre Verdade claramente, pois, como o Buddha diz, aquele que vê dukkha, vê o surgimento de dukkha, vê a cessação de dukkha e vê também o caminho que conduz à cessação de dukkha.

Isto não torna a vida de um buddhista triste ou melancólica, como algumas pessoas equivocadamente imaginam. Pelo contrário, um verdadeiro buddhista é o mais feliz dos seres. Ele não tem medos ou ansiedades. Está sempre calmo e sereno, não se irrita ou é desanimado por mudanças ou calamidades, pois ele vê as coisas como elas são. O Buddha nunca foi melancólico ou triste. Ele foi descrito pelos seus contemporâneos como ‘sempre sorridente’ (mihita-pubbamgama). Na pintura e escultura buddhista, o Buddha é sempre representado com um semblante feliz, sereno, contente e compassivo. Nunca é visto traço algum de agonia ou dor. Na arte e arquitetura buddhistas, nos templos buddhistas, nunca se produz a impressão de tristeza ou dor, ao contrário, produz-se sempre uma atmosfera de alegria calma e serena.

Embora exista sofrimento na vida, um buddhista não deve sentir-se triste por isso, nem ficar com raiva ou impaciente. Um dos principais males da vida, segundo o Buddhismo, é a repugnância ou o ódio. Repugnância (pratigha) é explicada como má vontade com relação aos seres vivos, com o sofrimento, e com relação às coisas que dizem respeito ao sofrimento. Sua função é produzir uma base para estados infelizes e má conduta. Portanto, é errado ser impaciente para com o sofrimento. Ser impaciente ou sentir raiva diante do sofrimento não o remove. Pelo contrário, adiciona um peso a mais aos problemas, agrava e exacerba uma situação já desagradável. O que é preciso não é raiva ou impaciência, mas compreender a questão do sofrimento, como ele nasce, como nos livramos dele, e então trabalhar de acordo com a paciência, inteligência, determinação e energia.

Existem dois textos buddhistas antigos, chamados Theragathā e Therīgathā, que são expressões de júbilo dos discípulos do Buddha, homens e mulheres, que encontraram paz e felicidade na vida através de seu ensinamento. O rei de Kosala uma vez disse ao Buddha que, ao invés de muitos adeptos de outros sistemas religiosos, que parecem magros, tristes, inconvenientes, pálidos, emaciados, os seus discípulos eram felizes e altivos (hattha-pahattha) jubilosos e exultantes (adaggudagga), desfrutantes da vida espiritual (abhiratarupa), com as faculdades satisfeitas (pinitindriya), livres da ansiedade (appossuka), serenos (pannaloma), pacíficos (paradavutta) e vivendo com uma mente de gazela (migabhutena cetasa), ou seja, de modo alegre e despreocupado. Segundo o rei, tal disposição saudável era devida ao fato de que ‘esses veneráveis certamente realizaram a grande e completa significância do ensinamento do Bem-Aventurado’.

O Buddhismo se opõe à melancolia, tristeza, atitudes tristes e penitentes da mente, consideradas obstáculos à realização da Verdade. Por outro lado, é interessante lembrar aqui que alegria (pīti) é um dos sete bojjhangas ou “fatores do despertar”, as qualidades essenciais a serem cultivadas para a realização do Nirvāṇa.

 


© Ven. Dr. Walpola Rahula

Tradução de Derley Alves para a Comunidade de Buddhismo Theravada Nalanda

* Se você tem ‘dotes linguísticos’ e gostaria de traduzir e dispor suas traduções em nossa sala de estudos para que mais pessoas possam ter acesso aos ensinamentos do Dhamma, nós o/a convidamos para entrar em contato conosco. Precisamos de tradutores do espanhol, inglês, alemão e outras línguas.


Ven. Walpola Rahula

O Ven. Prof. Walpola Sri Rahula Maha Thera (1907–1997) foi um monge buddhista, erudito e escritor. É considerado um dos mais proeminentes intelectuais cingaleses do século 20. Em 1964 se tornou Professor de História e Religiões da Northwestern University, se tornando assim o primeiro bhikkhu a assumir uma cadeira professoral no mundo ocidental. Ele chegou também a ocupar a posição de vice chanceler da etão Vidyodaya University (atualmente conhecida como Universidade de Sri Jayewardenepura). Escreveu amplamente sobre Buddhismo em inglês, francês e cingalês. Seu livro “O que o Buddha Ensinou é considerado por muitos um dos melhores livros sobre Buddhismo Theravada.

2 COMMENTS

  1. Achei o texto fantástico!! Muito intrigante.
    Sobre a parte que fala sobre o inicio da vida, pelo que entendi não há como delimitar um antes e depois do surgimento de samsara assim como não tem como existir algum espaço/tempo/movimento sem que haja qualquer tipo de consciência para percebe-lo. Por isso não era pra ser percebido? É mais ou menos isso?
    No mais obrigado por esse belo texto.

  2. É algo assim mesmo, Gustavo. Obrigado pela visita e se juntar a esse tema fascinante.

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