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Após isso o Buddha passou o vassa [1] no Parque das Gazelas em Isipatana, sagrado até o dia de hoje para mais de 600 milhões da raça humana. Durante esses três meses de “chuvas”, cinquenta outros chefiados por Yasa, um jovem de posses, juntaram-se à Ordem. Então o Buddha tinha sessenta discípulos, todos arahats que haviam percebido o Dhamma e eram completamente competentes para ensinar a outros. Quando a estação das chuvas terminou, o Mestre dirigiu-se a seus discípulos imediatos com estas palavras:
“Liberto eu sou, monges, de todos laços, humanos ou divinos. Vocês também estão livres de todos os grilhões, humanos ou divinos. Ide agora vagueando pelo bem e pela felicidade de muitos, por compaixão pelo mundo, pelo ganho, pelo bem e felicidade de deuses e homens. Que dois não sigam na mesma direção. Proclamem o Dhamma que é excelente no começo, excelente no meio e excelente no fim, significativo em forma e conteúdo e perfeito, por fim. Proclamem a vida da pureza, a vida santa consumada e pura. Há seres com um pouco de poeira nos olhos que se perderão caso não ouçam o Dhamma, há seres que compreenderão o Dhamma. Eu também irei a Uruvela, a Senanigama, para ensinar o Dhamma”. [2]
Assim o Buddha começou sua sublime missão, que durou até o fim de sua vida. Com seus discípulos andou por vias largas e estreitas da Índia, abraçando a todos com a aura de sua infinita compaixão e sabedoria.
Embora a Ordem dos Monges tivesse começado sua carreira com sessenta bhikkhus, expandiu-se logo para milhares, e, como resultado desse número cada vez maior de monges, muitos monastérios passaram a existir.
Posteriormente, universidades indianas como Nalanda, Vikramasila, Jagaddala, Vikramapuri e Odantapuri tornaram-se centros culturais que influenciaram grandemente o todo da Ásia e através dela a vida mental da humanidade.
Após um ministério bem-sucedido de quarenta e cinco anos o Buddha faleceu aos
oitenta sob as árvores gêmeas Sala dos Mallas em Kusinara (na atual Uttara Pradesh a cerca de 150 quilômetros ao nordeste de Benares) [3].
[1] As “chuvas” são os três meses de reclusão durante a estação chuvosa, isto é, de julho a outubro na Índia.
[2] Vin I, 21.
[3] É interessante notar que este rishi (profeta), o maior de toda Índia, nasceu sob uma árvore num parque, chegou à iluminação sob uma árvore Bodhi, colocou em movimento a Roda do Dhamma no Parque das Gazelas sob árvores, e finalmente faleceu sob duas árvores sala gêmeas. Passou a maior parte do tempo em espaços abertos, em florestas e nas vilas da Índia. O galho sul da árvore Bodhi foi levado ao Sri Lanka pela monja arahat Sanghamitta, filha de Asoka o grande, da Índia, no terceiro século antes de Cristo. A mais antiga árvore documentada no mundo, ainda floresce em Anuradhapura.
